
Ninguém poderia duvidar da sinceridade de suas palavras quando afirma que converterá seu país em modelo de liberdade, respeito pelos direitos humanos no mundo e pela independência de outros povos. Sem que isto, é claro, ofenda quase ninguém, salvo os misantropos em qualquer canto do planeta. Já afirmou comodamente que o cárcere e as torturas na Base ilegal de Guantánamo cessariam de imediato, o qual começa a plantar dúvidas nos que rendem culto ao terror como instrumento irrenunciável da política exterior de seu país.
O rosto inteligente e nobre do primeiro presidente negro dos Estados Unidos desde sua fundação há dois séculos e um terço como república independente, tinha-se auto transformado sob a inspiração de Abraham Lincoln e Martin Luther King, até se tornar em símbolo vivente do sonho americano.
Não obstante, apesar de todas as provas suportadas, Obama não tem passado pela principal de todas. O quê fará quando o imenso poder que tomou em suas mãos seja absolutamente inútil para ultrapassar as insolúveis contradições antagônicas do sistema?
Reduzi as Reflexões tal como me propusera para o presente ano, no intuito de não interferir nem estorvar os companheiros do Partido e do Estado nas decisões constantes que devem tomar frente a dificuldades objetivas derivadas da crise econômica mundial. Eu estou bem, mas insisto, nenhum deles deve se sentir comprometido por minhas eventuais Reflexões, minha gravidade ou minha morte.
Revejo os discursos e materiais elaborados por mim ao longo de mais de meio século.
Tive o raro privilégio de observar os acontecimentos durante muito tempo. Recebo informação e medito sossegadamente sobre os acontecimentos. Espero não desfrutar de tal privilégio dentro de quatro anos, quando o primeiro período presidencial de Obama tenha concluído.
Fidel Castro Ruz
22 de janeiro de 2009
18h30
Fonte: www.patrialatina.com.br
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