RIO - Um dia depois de assinar uma ordem executiva determinando o fechamento da prisão de Guantánamo em um ano, o presidente dos EUA, Barack Obama, foi criticado por seu adversário republicano John McCain, que voltou ao Senado após a derrota nas eleições do ano passado. McCain disse em entrevista ao programa "Larry King Live", da CNN, que a decisão de Obama pode ter sido um pouco apressada, já que ainda não se sabe o que fazer com os 250 suspeitos de terrorismo que permanecem detidos na base militar americana em Cuba.
- Eu acho que esse foi um movimento esperto - reconheceu McCain, antes de criticar a medida. - Mas eu também acho que nós devíamos ter discutido toda essa questão de forma completa, porque não foi discutida a questão daqueles que nós temos em custódia e nenhum país vai recebê-los de volta. Nós devíamos ter discutido a questão daqueles que nós sabemos que serão uma ameaça aos Estados Unidos, mas não temos evidencias suficientes para dar um passo à frente.
O senador disse que ao invés de fechar a prisão de Guantánamo agora, ele teria dado continuação às comissões militares que "após anos de atraso e ofuscação" estão, segundo ele, avançando nos tribunais que julgam os suspeitos presos.
- A parte fácil, com todo respeito, é dizer que vamos fechar Guantánamo - disse McCain, acrescentando que ele teria dito antes para onde os presos serão levados. - Esse vai ser um problema muito difícil de resolver. Muitos lugares vão se negar a recebê-los.
McCain disse, entretanto, que Obama pode contar com sua colaboração. Conhecido por atuar de forma relativamente independente do Partido Republicano, McCain é uma das esperanças de Obama e seus aliados democratas para conseguir fazer um governo suprapartidário.
Ex-prisioneiro de Guantánamo vira chefe da Al-Qaeda, diz jornalO "New York Times" apresenta, entretanto, outro possível obstáculo para a determinação de Obama em fechar Guantánamo. Segundo reportagem publicada nesta sexta-feira no site do jornal, um ex-prisioneiro de Guantánamo tornou-se chefe da Al-Qaeda no Iêmen depois de ser solto.
O ex-prisioneiro, identificado como Said Ali al-Shihri, é suspeito de envolvimento num ataque à embaixada dos EUA no Iêmen em setembro do ano passado, afirma o "NYT". Depois de passar pela prisão americana em Cuba, ele teria sido entregue à Arábia Saudita em 2007 e passado então por um programa saudita de reabilitação.
O jornal diz que quase a metade dos suspeitos que estão presos em Guantánamo são iemenitas. Os esforços para repatriá-los dependem em parte da criação de um programa de reabilitação no país, em parte financiado pelos EUA e semelhante ao programa saudita. A Arábia Saudita afirma que nenhum dos que passaram por seu programa voltou ao terrorismo.
Fonte: www.oglobo.com.br
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