Colômbia pode ficar fora da Unasul, adverte equatoriano
No próximo encontro, será analisado o convênio que Bogotá negocia com Washington para a ocupação de bases militares estadunidenses
O ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce, declarou nesta terça-feira (11) que a Colômbia ficará à margem da União das Nações Sul-americanas (Unasul) se seu presidente, Álvaro Uribe, faltar à próxima cúpula extraordinária, que deve ser realizada em agosto, na Argentina. No encontro, será analisado o convênio que Bogotá negocia com Washington para a ocupação de bases militares colombianas por oficiais estadunidenses.
"Se desistir de estar presente em Buenos Aires, põe-se à margem e se exclui de todo o processo de integração", declarou Ponce durante a cúpula da Unasul, que aconteceu na segunda-feira (10) em Quito, no Equador.
Uribe não compareceu à terceira reunião ordinária do bloco devido ao convênio militar e à crise diplomática entre colombianos e equatorianos desde março de 2008, seguida pelo bombardeio ilegal perpetrado pelo exército da Colômbia, que resultou na morte do líder guerrilheiro Raúl Reyes.
Javier Ponce afirmou, ainda, que já foi pedida "uma consulta de ministros da Defesa e de Relações Exteriores, no marco do Conselho Sul-americano de Defesa", onde solicita que se definam em que termos se fará a próxima reunião.
Na semana passada, Uribe realizou uma viagem por sete países sul-americanos para tentar justificar a importância das negociações militares com Washington. Equador e Venezuela não fizeram parte do roteiro.
Declaração final
A declaração final da reunião, porém, terminou sem uma condenação oficial ao acordo militar, já que não houve consenso sobre uma proposta de resolução apresentada pela Bolívia para que o organismo rejeitasse a instalação de bases militares estrangeiras na região.
A não condenação por parte da Unasul mereceu críticas do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que alertou que "ventos de guerra começam a soprar" no continente.
O boliviano Evo Morales, por sua vez, afirmou que é "obrigação" da Unasul "salvar o povo colombiano dos militares estadunidenses", enquanto o paraguaio Fernando Lugo pediu que não "coloquem nenhum governante no banco dos réus", referindo-se a Uribe.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com as novas bases que devem ser estabelecidas em território colombiano e sugeriu uma reunião de emergência. De acordo com ele, a Unasul deveria convocar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a dar explicações sobre o caso. "Isso se resolve com uma conversa", afirmou.
Em princípio, Lula ficaria em Quito para a posse do novo líder da Unasul, o equatoriano Rafael Correa, mas antecipou seu retorno alegando ter de estar presente no Brasil devido ao estado de saúde de seu vice, José Alencar.
Fonte: www.brasildefato.com.br
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