Uma professora de Língua Portuguesa sofreu um atentado à bomba, na última terça-feira, durante aplicação de provas no Vila Três, em São Gonçalo. A suspeita é de que alunos da 5ª série do Ensino Fundamental, revoltados por terem ficado em recuperação, teriam colocado o explosivo caseiro na bolsa da professora. A direção da escola frisou que não reconhece os autores do atentado como alunos, mas sim bandidos, acrescentando que foi praticado terrorismo com a classe docente e ameaçou acabar com o turno noturno, caso os responsáveis não sejam denunciados.
O caso aconteceu na Escola Estadual Desembargador Ferreira Pinto, às 19h30 de terça-feira. A explosão do artefato incendiou a roupa e a bolsa da professora, queimou seu braço esquerdo e a deixou com debilidade na audição. Os relatos dão conta de que um grupo de alunos da 5ª série teria distraído a vítima, enquanto outro colocava a bomba dentro da bolsa da vítima.
Segundo um perito-legista do Instituto Médico-Legal (IML), a professora foi salva pelo excesso de materiais didáticos que carregava: a bolsa estava repleta de diários de aula e provas, que ainda seriam aplicadas, o que sufocou o explosivo, minimizando o risco de uma perfuração abdominal. "Quando eu estava de costas para o pátio, contando as folhas das provas, a bomba explodiu. O barulho foi enorme, fiquei tonta, e sem entender de onde tinha vindo quando percebi que minha roupa e a bolsa pegavam fogo. Não posso acreditar que pessoas com quem eu convivi o ano inteiro tenham feito isso comigo. Mais do que os machucados, o que me dói é a impotência. Estou assustada, amedrontada, mas também me perguntando o que fiz de errado", disse a professora, de 31 anos, que há quatro leciona na rede de ensino.
A direção da escola acredita que identificou o núcleo de onde pode ter saído o criminoso. Neste último semestre, foram transferidos para a unidade alunos de outras escolas estaduais do Alcântara, Laranjal e Jardim Miriambi. Segundo os professores, alguns mal conseguem ler e, os que sabem, não interpretam textos. Anteriormente não havia registro de qualquer violência na instituição. Em 24 de novembro, no entanto, quando aconteceu um apagão na escola, os alunos do turno da noite fizeram um "corredor polonês" agredindo colegas, depredando o patrimônio do colégio e apedrejando o carro de uma professora.
A direção se reuniu na quinta-feira (10) com a Coordenadoria da Secretaria Estadual de Educação de São Gonçalo e cogita acabar com as aulas do turno da noite. "Tenho fé que alguém vai denunciar. A maioria dos alunos, que é de adultos e idosos, não pode ser prejudicada. Considero quem fez isso um bandido, não um aluno. Como machucou também poderia ter matado a professora, que sempre foi extremamente amável e atenciosa com eles. Vamos pedir para acabar com este turno, mas se houver a denúncia, repensaremos a decisão", disse a diretora Neusa Ribeiro da Silva.
A escola possui cerca de mil alunos. No turno da noite são 230. O caso está sendo investigado por agentes da 74ª DP (Alcântara), que vão chamar os alunos das turmas envolvidas para depor.
Fonte: O São Gonçalo
Um comentário:
A banalização da violência e o incentivo da mídia a que os menos informados aceitem tudo como "normal" promove exatamente esse tipo de atitude desprovida de coerência das nossas crianças e jovens. A tendência só tende a piorar a situação, e esse ano (2010) com as intensas explosões solares alterando a psiquê da galera e muito pouca reflexão e debate sobre a conexão existente entre nós e o cosmos, a coisa ainda vai ser bem pior. Quem sobreviver ao atentados dentro e fora das ecolas verá. Parabéns pelo seu útil espaço. Que a Luz siga iluminando seu caminhar para que possas iluminar a vida de todos aqueles que merecem e merecerem sua amizade, seu carinho, seu respeito e sua misericórdia.
Pax et Luz
Diógenes Lima
Um Ator Social
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