Chávez aponta que as acusações fazem parte de um ataque internacional contra seu país, como parte de uma campanha orquestrada pelos EUA
O embaixador da Venezuela na Espanha, Isaías Rodríguez, negou nesta terça-feira (02) as acusações feitas pelo primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, contra o governo do presidente Hugo Chávez. Segundo Zapatero, investigações da Justiça da Espanha indicam que Chávez coopera com ações do grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
“Negamos categoricamente a alegada cooperação da Venezuela em ações que têm relações com o terrorismo. Somos uma nação pacífica. Nós temos um processo absolutamente democrático, socialista e humanista. Estamos longe de qualquer ação que possa envolver atos terroristas”, afirmou Rodríguez.
O embaixador reiterou que não há provas contra o governo venezuelano. Ele assinalou que as acusações estão baseadas em elementos muito frágeis, como o fato de haver informações corretas no computador que, supostamente, seria do integrante Farc, Raúl Reyes, morto em 2008 durante um bombardeio colombiano a um acampamento da organização no Equador.
Para Rodríguez, é estranho que o computador, encontrado pelo Exército colombiano depois do ataque, tenha permanecido intacto durante uma ação onde morreram várias pessoas e foram destruídos a maioria dos objetos.
“Não é de se admirar que [as informações] podem ter sido manipuladas e que, na melhor das hipóteses, se o computador foi mantido em bom estado, não correspondem ao que efetivamente existiu”, disse o diplomata.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores da Venezuela considera "inaceitáveis e tendenciosas" a acusação e a cobrança de explicações da Espanha ao governo de Chávez. Zapatero pediu explicações oficiais ao governo da Venezuela, uma vez que as investigações que levantam as suspeitas foram realizadas pela Justiça da Espanha.
Para o presidente Hugo Chávez, as acusações remetem aos tempos em que seu país era colônia da Espanha. "Esses são tristes restos de antigas cadeias que alguns querem voltar a colocar no pescoço, mas nós somos livres", enfatizou.
Chávez ressaltou ainda que as acusações fazem parte de um ataque internacional contra seu país, como parte de uma campanha orquestrada pelos Estados Unidos. Apesar disso, o mandatário afirma que não há pressão internacional que incomode seu governo. “Respondemos com alegria, com fervor patriótico e de unidade. Eles [estadunidenses] não nos imporão regras. Nós representamos milhões”, afirmou o presidente.
Fonte: www.brasildefato.com.br
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