quarta-feira, 28 de julho de 2010

Dilma aumenta vantagem e Serra é o mais rejeitado


Dilma aumenta vantagem e Serra é o mais rejeitado

Ela abriu 8 pontos de frente sobre o candidato tucano. Mídia serrista acusa golpe e insiste na fraude

A pesquisa do Instituto Vox Populi, encomendada pela Rede Bandeirantes, confirmou o crescimento de Dilma Rousseff, que subiu de 40% em junho para 41% das intenções de voto em julho, enquanto José Serra (PSDB) caiu de 35% para 33% no mesmo período. No levantamento, divulgado na última sexta-feira, a candidata do presidente Lula abriu 8 pontos percentuais de vantagem sobre o candidato tucano. A candidata do PV, Marina Silva, registrou 8% e todos os demais candidatos somaram 1%.

O Vox Populi mostrou que Serra é o mais rejeitado pelos eleitores, com 24% dos pesquisados declarando que não votariam nele de jeito nenhum. A segunda maior rejeição é de Marina Silva (PV), com 20%, e Dilma aparece em terceiro lugar com apenas 17%. Na simulação do 2º Turno, Dilma venceria a eleição com 46% dos votos contra 38% de Serra. Na pesquisa espontânea (onde o nome do candidato não é mostrado ao eleitor) Dilma também vence, com 28%, seguida de Serra, com 21%, e Marina, 5%.

Dilma passa Serra também entre as mulheres. Ela abre uma vantagem de 6 pontos, com 38% contra 32% de Serra.

A “Folha de S. Paulo”, jornal esforçado, aliás, quase alucinado para viabilizar a candidatura tucana, perpetrou outro roubo e, pela terceira vez seguida, fabricou um “empate técnico” entre Dilma e Serra. Segundo o instituto do jornal, o Datafolha, há 60 dias que não acontece nada no Brasil. É a única explicação para o resultado, nesse tempo, mesmo com o adernamento precoce da candidatura tucana, ser sempre o mesmo.

O interessante é que na mesma pesquisa onde Serra tem 37% e Dilma 36%, as respostas à pergunta “na sua opinião, quem vai ganhar as eleições para presidente da República em outubro ?” são 41% para Dilma e apenas 30% para Serra. Não existe roubo perfeito. O gato sempre deixa o rabo de fora.

O instituto da família Frias foi obrigado a recuar de uma fraude ainda mais grosseira, montada em abril, onde o candidato de FHC aparecia insuflado com 12% de dianteira sobre Dilma. Não conseguiu convencer nem um dos mais fiéis editorialistas do jornal, Clóvis Rossi – desde essa época, em desprestígio na côrte do Otavinho.

Mas, cá entre nós, nem os tucanos e seus aliados, gente que tem o cérebro confeccionado pelo corte-e-costura da mídia, acreditam mais na “Folha”. Nem com o Ali Kamel repetindo 50 vezes na “Globo” os números do Datafolha e escondendo os do Vox Populi. O problema é que o resultado do Datafolha é completamente disparatado em relação ao que todos veem e sentem.
Nem o Arthur Virgílio acredita. Tanto assim que apresentou a perspicaz proposta de que o PSDB deveria apoiar Marina em seu Estado, para “viabilizar um segundo turno com Serra”.

Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB, depois de esquecer que seu partido tem candidato a presidente na convenção que o lançou para o Senado no Ceará, esqueceu agora de colocar fotos ou o nome de Serra em seu comitê eleitoral (veja matérias nessa edição).

Porém, há uma prova definitiva: Roberto Jefferson reclamou que a campanha de Serra está desorganizada e sem dinheiro. Jefferson tem um faro infalível para essas coisas. Praticamente toda a bancada de seu partido, o PTB, já abandonou a canoa tucana.

A própria campanha do candidato tucano está se queixando de que em Minas, segundo eleitorado do país, Aécio Neves e seu candidato ao governo, Antônio Anastasia, só falam de Serra quando este aparece por lá. O outro candidato ao Senado da coligação, o ex-presidente Itamar Franco, nem assim – exceto para dizer que é mentira que Serra tenha sido o pioneiro dos genéricos. Parece que nenhum deles acredita no Datafolha.

E isso sem falar no sensível e avassalador crescimento da campanha de Dilma. Prefeitos e outros políticos do Dem e, inclusive, do PSDB, aderem à candidata de Lula. Cada visita aos Estados transforma-se em gigantescas caminhadas e grandes comícios. O Partido Popular (PP), do senador Francisco Dornelles, decidiu por unanimidade apoiar a ex-ministra.

Enquanto isso, Serra caminha com seus assessores e alguns repórteres. Conseguiu até mesmo o prodígio de cancelar um comício por falta de público em Itabuna, Bahia, provavelmente o primeiro comício cancelado naquela comunidade desde que Jorge Amado esteve por lá e escreveu “Terras do Sem Fim”.

Como brincou o presidente Lula na sexta-feira em Garanhuns (PE), “depois dessa pesquisa (Vox Populi), no Nordeste está proibido ouvir forró pé-de-serra. Agora, só pode ouvir pé-de-Dilma”. No Estado, Dilma tem mais do que o dobro da preferência por Serra.

Aliás, o primeiro a não acreditar nos numerologistas do Otavinho é o próprio Serra. Quando um repórter lhe perguntou sobre as dificuldades de sua candidatura no Nordeste, berrou que o profissional estava fazendo campanha para Dilma e que não ia responder mais nada.

Isso é comportamento de quem está “empatado” nas pesquisas?

Em Florianópolis, além da falta de público, sua careca quase entra em colisão com um ovo, ao intrometer-se indevidamente na trajetória do objeto. Enquanto isso, Dilma reunia 15 mil em São Paulo e 40 mil no centro do Rio, mesmo debaixo de uma chuva torrencial.

Para piorar tudo – e muito – o candidato a vice de Serra revelou-se um débil mental que superou todas as mais radicais expectativas. Alguém – aliás, um dos mais serristas entre os editorialistas da “Folha” - comparou o silvícola com a inacreditável Sarah Palin, a maior comediante que a direita dos EUA já escolheu para ser candidata a vice-presidente.

Trata-se de uma injustiça. O ex-DJ (profissão conhecida pela seriedade e brilho intelectual) e genro do empreendedor Salvatore Cacciola - no momento curtindo uma estação de águas em Bangu - é muito melhor do que a Sarah Barracuda. Nós aqui achamos ele ótimo. Um grande vice para Serra. É daqueles que se cair de quatro não levanta. Cada besteira é um escândalo maior do que a outra – até porque são besteiras daquele tipo que deixaria a base dos nazistas meio envergonhada. Dentro em breve, espera-se que ele revele que tem tanta identificação com os negros que, se tivesse quintal, criaria uns dois. Ou que conseguiu o apoio do Bruno, popular goleiro do mais querido time do país, para Serra.

Mas nada disso tem influência nas “pesquisas” do Datafolha. Para o instituto do Otavinho nada acontece, jamais, em tempo algum. Serra continua “empatado”, apesar de todo mundo sentir que é impossível.

A pesquisa do Vox Populi é perfeitamente coerente com os fatos. Para a do Datafolha, os fatos não existem. Aliás, ela é feita para passar por cima da realidade. Só que não conseguiu.

SÉRGIO CRUZ

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