quinta-feira, 8 de outubro de 2009

EUA: Utilizador do twitter preso após manifestação


Um manifestante na cimeira do G20 de Pittsburgh que usou o twitter para dar conta das movimentações policiais foi preso. Activistas dos direitos civis dizem que se fosse na China ou no Irão, esta prisão seria vista como um atentado aos direitos humanos. Elliot Madison, de 41 anos, foi detido na cidade onde se realizavam as manifestações de protesto durante a cimeira do G20, e a polícia efectuou buscas na sua residência em Nova Iorque. Este activista foi preso num hotel de Pitsburgh enquanto ouvia as movimentações da polícia e alertava os manifestantes, através do twitter, para se dirigirem onde não houvesse presença policial. O porta voz da histórica organização de direitos civis ACLU na Pensilvânia, diz que o FBI está a "intimidar" os activistas e que esta acção "faz parte de uma guerra maior contra os manifestantes". E sublinhou o espanto da ACLU pelas acusações: "A polícia dizia 'saiam daqui' e os manifestantes faziam isso. Alguém os estava a ajudar a não ir para onde estava a polícia. Em vez de dizerem 'obrigado, estão a ajudar as pessoas a dispersar', acusam-nas agora de estar a cometer um crime", diz Vic Walczak. "Se isto se passasse na China, estaríamos aqui aos gritos a dizer que era uma violação dos direitos humanos. Mas como é neste país, transforma-se de repente num crime. Há aqui um problema grave", acrescenta o porta-voz da ACLU. Madison foi libertado sob fiança, mas em sua casa foram apreendidos livros e material informático que o activista quer ver devolvido. As organizações cívicas que organizaram os protestos do G20 comparam a acção do FBI à prisão de 2000 iranianos por usarem a internet para fazer oposição ao regime, ou ao caso do cidadão da Guatemala que usou o twitter para apelar ao levantamento de depósitos num banco envolvido num escândalo de corrupção. Foi preso e enfrenta uma acusação que o pode condenar a cinco anos de cadeia.

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